Chego e fico a observá-la enquanto vai
revolvendo raízes e folhas entre
os dedos.
Cercada
de flores, como crias suas, ela trama arranjos e marca o tempo.
Parece
perdida em pensamentos para si mesma, por isso permaneço borboleta, disfarçada
entre folhas.
Vejo
que murmura cuidados, e junta a eles o perfume de uma recém nascida orquídea,
como um doce feitiço para diluir no ar.
Da
perseverança da mulher, à resistência da planta, não existe pressa, pois a
natureza tem seu próprio ritmo, e para cada flor um único cuidado.
E
quando a chamo, batendo asas, “mãe!”, no levantar de olhos e abrir do sorriso,
aprendo mais uma lição:
Boas lembranças são flores
que precisamos cultivar sempre, para que o mundo mantenha
esse cheiro de mãe-jardineira...
(Para minha mãe, pela
lembrança de vê-la entre as orquídeas,
imagem gravada para
sempre em meu coração )
Nenhum comentário:
Postar um comentário